19/07/2013 Vale Quanto Pesa. Lições da História
Luiz Otavio Nascimento
Conta a história que nos anos 50 o gado zebu desfrutava de grande prestígio no mercado brasileiro, com aceitação crescente, o que elevara a altos patamares o preço de suas matrizes e touros. Para manter e até aumentar tais níveis, seus criadores organizaram uma feira em Uberaba – MG e convidaram o, então Presidente da República, Dr. Getúlio Vargas.
Lá chegando, Dr. Getúlio com seu tradicional chapéu, terno jaquetão e charuto na mão, foi ciceroneado pelos organizadores que lhe encaminharam diretamente à baia de um majestoso touro zebu e, desejando inflar o preço de tão bela criatura, perguntaram ao Dr. Getúlio quanto ele achava que valia. Dr. Getúlio, após dar uma longa baforada, lhes respondeu: - Vale quanto pesa! É só carne.
No dia seguinte, o preço do gado zebu despencou em todo o Brasil, pois todos compreenderam que o resultado econômico dessa atividade dependia do peso e do preço da arroba de carne.
Passados cerca de 50 anos, o mercado mundial deu outra clara demonstração de valor ao estourar – no início do Século XXI – a bolha da Internet. Lembrando que as empresas valem quanto pesam, ou seja, o quanto dão de resultado na última linha de seus balanços.
Apesar de todos saberem que a história se repete, névoas provenientes das mudanças turvam a visão de políticos, empresários, investidores e executivos, fazendo-os esperançosos de que agora será diferente. Triste pensamento. O ciclo persiste e cobra de todos a conta da falta de pragmatismo.
O governo norte-americano há algum tempo vem produzindo sucessivos déficits e os cobriu com inúmeras emissões de títulos públicos remunerados a baixos juros. Graças à sua credibilidade AAA, sempre os colocava no mercado e continuava a pedalar a sua reluzente bicicleta, gerando uma astronômica dívida que deverá ultrapassar US$ 20 trilhões ao final de 2013. De forma semelhante, as empresas americanas sob influência de tal exemplo e turbinadas por juros baixos, se endividaram e alavancaram as suas operações, permitindo o surgimento de novas bolhas, negócios somente sustentáveis por um capital de custo irrisório e que, ao se defrontarem com taxas maiores com estampa AA+, poderão ser varridos do cenário empresarial.
No Brasil, sob regime ufanista, quase que triplicamos a dívida interna que praticamente chegou a R$ 2 trilhões impulsionada por constantes déficits e juros altos. Tais déficits, infelizmente, não têm sido gerados por investimentos que nos trarão maior renda e progresso. Eles, na maior parte, provêm de aumentos no custeio de uma máquina pública emperrada, ineficiências, má aplicação, eventos de cunho populista e corrupção. Pior que isso, não há sinais de quaisquer alterações positivas.
Algumas empresas brasileiras, por sua vez, se aproveitam do ufanismo reinante e obtêm dinheiro barato do próprio governo para também fazerem investimentos de duvidosa eficácia, parte contestados por setores que corretamente zelam pela competitividade. Outras se lançam no mercado de ações e captam recursos a baixo custo, mas se equivocam nos investimentos, fazem aquisições a preços elevados, esperando criar escala e dominar setores, se esquecendo que fusão é sinônimo de demissão, na contramão do necessário movimento de gerar empregos e, consequentemente, mercados.
A maioria das empresas, no entanto, é obrigada a financiar as suas atividades a juros cada vez mais elevados, e ficam premidas por mais impostos e preocupadas com a perda contínua da lucratividade.
Novamente a névoa turva a visão de todos que, agora juntos se dão as mãos, e clamam que os ventos que sopram na Europa, por exemplo, não baterão aqui, rezando para que a história não se repita. Mas, tal como os insanos, repetem o que sempre fizeram e esperam que dessa vez seja diferente.
Erram muito. Erram ao tolerar os déficits. Erram ao aceitar a carga tributária exorbitante. Erram ao ficar à espera de reformas necessárias, mas sempre adiadas. Erram ao patrocinar a corrupção. Erram ao tolerar um número crescente de políticos ineficientes e ineficazes. Erram ao ficar calados.
Um velho ditado cita que inteligente é aquele que aprende com os próprios erros. Sábio, no entanto, é aquele que aprende com os erros dos outros. Que tal olhar para os PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha)? Analisar o sucedido nos Estados Unidos? E, então, copiar a atitude do Dr. Getúlio na feira de Uberaba, dar uma longa baforada de charuto, e começar a dar o correto valor e cobrar resultados do governo e de toda e qualquer empresa, hoje, amanhã e sempre.
Lá chegando, Dr. Getúlio com seu tradicional chapéu, terno jaquetão e charuto na mão, foi ciceroneado pelos organizadores que lhe encaminharam diretamente à baia de um majestoso touro zebu e, desejando inflar o preço de tão bela criatura, perguntaram ao Dr. Getúlio quanto ele achava que valia. Dr. Getúlio, após dar uma longa baforada, lhes respondeu: - Vale quanto pesa! É só carne.
No dia seguinte, o preço do gado zebu despencou em todo o Brasil, pois todos compreenderam que o resultado econômico dessa atividade dependia do peso e do preço da arroba de carne.
Passados cerca de 50 anos, o mercado mundial deu outra clara demonstração de valor ao estourar – no início do Século XXI – a bolha da Internet. Lembrando que as empresas valem quanto pesam, ou seja, o quanto dão de resultado na última linha de seus balanços.
Apesar de todos saberem que a história se repete, névoas provenientes das mudanças turvam a visão de políticos, empresários, investidores e executivos, fazendo-os esperançosos de que agora será diferente. Triste pensamento. O ciclo persiste e cobra de todos a conta da falta de pragmatismo.
O governo norte-americano há algum tempo vem produzindo sucessivos déficits e os cobriu com inúmeras emissões de títulos públicos remunerados a baixos juros. Graças à sua credibilidade AAA, sempre os colocava no mercado e continuava a pedalar a sua reluzente bicicleta, gerando uma astronômica dívida que deverá ultrapassar US$ 20 trilhões ao final de 2013. De forma semelhante, as empresas americanas sob influência de tal exemplo e turbinadas por juros baixos, se endividaram e alavancaram as suas operações, permitindo o surgimento de novas bolhas, negócios somente sustentáveis por um capital de custo irrisório e que, ao se defrontarem com taxas maiores com estampa AA+, poderão ser varridos do cenário empresarial.
No Brasil, sob regime ufanista, quase que triplicamos a dívida interna que praticamente chegou a R$ 2 trilhões impulsionada por constantes déficits e juros altos. Tais déficits, infelizmente, não têm sido gerados por investimentos que nos trarão maior renda e progresso. Eles, na maior parte, provêm de aumentos no custeio de uma máquina pública emperrada, ineficiências, má aplicação, eventos de cunho populista e corrupção. Pior que isso, não há sinais de quaisquer alterações positivas.
Algumas empresas brasileiras, por sua vez, se aproveitam do ufanismo reinante e obtêm dinheiro barato do próprio governo para também fazerem investimentos de duvidosa eficácia, parte contestados por setores que corretamente zelam pela competitividade. Outras se lançam no mercado de ações e captam recursos a baixo custo, mas se equivocam nos investimentos, fazem aquisições a preços elevados, esperando criar escala e dominar setores, se esquecendo que fusão é sinônimo de demissão, na contramão do necessário movimento de gerar empregos e, consequentemente, mercados.
A maioria das empresas, no entanto, é obrigada a financiar as suas atividades a juros cada vez mais elevados, e ficam premidas por mais impostos e preocupadas com a perda contínua da lucratividade.
Novamente a névoa turva a visão de todos que, agora juntos se dão as mãos, e clamam que os ventos que sopram na Europa, por exemplo, não baterão aqui, rezando para que a história não se repita. Mas, tal como os insanos, repetem o que sempre fizeram e esperam que dessa vez seja diferente.
Erram muito. Erram ao tolerar os déficits. Erram ao aceitar a carga tributária exorbitante. Erram ao ficar à espera de reformas necessárias, mas sempre adiadas. Erram ao patrocinar a corrupção. Erram ao tolerar um número crescente de políticos ineficientes e ineficazes. Erram ao ficar calados.
Um velho ditado cita que inteligente é aquele que aprende com os próprios erros. Sábio, no entanto, é aquele que aprende com os erros dos outros. Que tal olhar para os PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha)? Analisar o sucedido nos Estados Unidos? E, então, copiar a atitude do Dr. Getúlio na feira de Uberaba, dar uma longa baforada de charuto, e começar a dar o correto valor e cobrar resultados do governo e de toda e qualquer empresa, hoje, amanhã e sempre.
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